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Ipca: inflação dos alimentos deve perder fôlego em 2026, alertam analistas

Após um ano de 2024 com inflação de alimentos em domicílio atingindo 8,2%, o ano de 2025 trouxe um alívio bem-vindo, contribuindo significativamente para a desinflação do IPCA, que, segundo projeções recentes, deverá fechar ligeiramente abaixo do teto da meta inflacionária de 4,5%. No entanto, economistas advertem que este cenário favorável pode não se repetir […]

Preços de alimentos em mercado no Rio de Janeiro 08/04/2022 REUTERS/Ricardo Moraes

Após um ano de 2024 com inflação de alimentos em domicílio atingindo 8,2%, o ano de 2025 trouxe um alívio bem-vindo, contribuindo significativamente para a desinflação do IPCA, que, segundo projeções recentes, deverá fechar ligeiramente abaixo do teto da meta inflacionária de 4,5%. No entanto, economistas advertem que este cenário favorável pode não se repetir em 2026.

Especialistas preveem que a inflação de alimentos em domicílio não contará com as mesmas condições vantajosas observadas em 2025, principalmente devido à dinâmica esperada para o mercado de carne bovina. Apesar disso, a expectativa é que o índice se mantenha dentro dos padrões observados no Brasil. Até outubro de 2025, a alimentação no domicílio acumula uma alta de 4,53%.

Entre os fatores que contribuíram para a moderação dos preços dos alimentos em 2025, destacam-se a valorização da moeda nacional, as boas colheitas, a queda nos preços das commodities e a redução nos preços das carnes. A estratégia de aumentar a oferta interna também teve um papel importante. Houve cinco meses consecutivos de queda nos preços do subgrupo nas leituras do IPCA, de junho a outubro.

Um economista da Quantitas ressalta que 2025 foi um ano de surpresas positivas no setor de alimentos, com o mercado sendo surpreendido pela persistência da queda nos preços, mesmo com a expectativa de um retorno ao campo positivo.

Segundo o economista, as análises do mercado atacadista indicaram condições favoráveis para recuos contínuos nos preços dos alimentos. Ele projeta um aumento de 2% para o subgrupo ao longo do ano.

Além dos fatores que impulsionaram a desinflação da alimentação no domicílio, o economista da Quantitas destaca a influência do mercado de boi gordo, que contribuiu para a redução dos preços da carne bovina e levou à revisão da projeção para a inflação de alimentos em domicílio em 2026, de 5,5% para 4,9%.

Para 2026, a expectativa é de aumento nos preços da carne, impulsionado pelo dinamismo das exportações e pelo ciclo do boi. No entanto, essa previsão ainda é incerta, com a esperada inflexão no abate de fêmeas sendo adiada para o primeiro semestre do próximo ano.

Um economista da 4intelligence acredita que dificilmente o cenário benigno para a alimentação no domicílio se repetirá em 2026. A projeção inicial para o subgrupo em 2025, que era de alta de 7%, foi revisada para entre 2,5% e 3%. A valorização cambial recente não deverá se repetir, e a carne pode continuar subindo até meados do ano, com uma base de comparação baixa.

Após um aumento de 20,8% em 2024, a expectativa é de uma desaceleração nos preços das carnes em 2025, para 1,7%, com um novo aumento para 6,9% em 2026. Outras categorias que merecem atenção em relação à inflação de alimentos são frutas, leites e derivados, e óleos e gorduras.

A dinâmica mais controlada dos preços da carne bovina em 2025 também influenciou a decisão da estrategista de inflação da Warren Investimentos de reduzir a projeção para a alimentação no domicílio, de uma alta de 6% no início de 2025 para cerca de 2,5%. Ela observa que houve muitas surpresas no setor de alimentos, com os produtos in natura e semielaborados também apresentando desempenho mais fraco.

No entanto, a inflação da alimentação no domicílio não deverá manter a trajetória favorável em 2026, com uma projeção de alta de 6%. Com os preços relativos de feijão, arroz e leite em níveis muito baixos, a economista não espera que esse movimento persista por dois anos consecutivos. Ela também prevê um aumento no preço da carne bovina.

A taxa de câmbio, estimada em R$ 5,40 tanto para 2025 quanto para 2026, não deverá ter um impacto tão significativo na inflação de alimentos no próximo ano.

Fonte: www.infomoney.com.br

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