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Fed corta juros nos EUA em 0,25 ponto e prevê ritmo constante de reduções

O Fed (Federal Reserve) cortou os juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto, reduzindo a banda para 4% e 4,25% ao ano, conforme decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), publicada nesta quarta-feira (18). Foi a primeira redução da taxa na maior economia do mundo desde dezembro do ano passado. Desde então, o colegiado […]


O Fed (Federal Reserve) cortou os juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto, reduzindo a banda para 4% e 4,25% ao ano, conforme decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), publicada nesta quarta-feira (18).

Foi a primeira redução da taxa na maior economia do mundo desde dezembro do ano passado. Desde então, o colegiado manteve as taxas congeladas entre 4,25% e 4,5%, apesar da pressão do presidente Donald Trump pelo corte dos juros.

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado. Segundo dados do CME Group, 96% dos investidores previam a redução de 0,25 ponto nesta quarta.

A autoridade também indicou que reduzirá gradualmente os custos de empréstimos pelo restante do ano, à medida que os formuladores de política respondem a preocupações sobre a fraqueza no mercado de trabalho — em um movimento apoiado pela maioria dos indicados do presidente Donald Trump ao banco central.

Apenas o novo diretor Stephen Miran, que ingressou no Fed na terça-feira e está licenciado de seu cargo como chefe do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, divergiu, defendendo um corte de meio ponto percentual.

O corte, junto com projeções que mostram que mais dois cortes de um quarto de ponto são esperados nas duas reuniões restantes de política monetária neste ano, indicam que os dirigentes do Fed começaram a minimizar o risco de que as voláteis políticas comerciais da administração provoquem uma inflação persistente, e agora estão mais preocupados com o enfraquecimento do crescimento e a possibilidade de aumento do desemprego.

“O Comitê está atento aos riscos de ambos os lados do seu duplo mandato e considera que os riscos negativos para o emprego aumentaram”, disse o Fed em seu comunicado de política.

“A geração de empregos desacelerou e a taxa de desemprego subiu.”

O presidente do Fed, Jerome Powell, fará uma coletiva às 14h30 (horário de Washington, 18h30 GMT) para detalhar o comunicado mais recente e as perspectivas econômicas.

Novas projeções econômicas mostraram que os formuladores de política, na mediana, ainda veem a inflação terminando este ano em 3%, bem acima da meta de 2% do banco central, projeção inalterada em relação ao último conjunto de previsões de junho.

A projeção para o desemprego também se manteve em 4,5%, e o crescimento econômico foi ligeiramente elevado para 1,6% contra 1,4%.

Risco de estagflação em queda

Em comparação com os riscos de estagflação contidos no último conjunto de projeções, quando o Fed desacelerou cortes para conter a inflação, as novas projeções mostram uma percepção emergente de que podem evitar um aumento no desemprego com cortes mais rápidos, enquanto a inflação cede lentamente no próximo ano.

Os dirigentes do Fed passaram a aceitar gradualmente a ideia de que as tarifas de Trump teriam apenas um impacto temporário sobre a inflação, e as últimas previsões são consistentes com essa visão.

A mudança para um ritmo mais consistente de cortes contou com o apoio do diretor Christopher Waller e da vice-presidente de Supervisão Michelle Bowman, indicados por Trump que haviam discordado em julho, quando a decisão foi manter os juros estáveis.

Miran divergiu no corte mais recente e parece ter projetado as reduções mais acentuadas nas projeções divulgadas após sua entrada no Conselho de Governadores, na terça-feira.

No novo “dot plot”, uma projeção de taxa em 2,875% para o fim de 2025 se destacou por estar três quartos de ponto abaixo da próxima mais baixa. Trump tem exigido cortes agressivos.

Também votou a favor da decisão a diretora Lisa Cook, que participou da reunião apesar da tentativa de Trump de demiti-la — uma medida que ela contestou na Justiça e venceu em duas instâncias.



Fonte: CNN

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