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Brasil ganha status no projeto de expansão global da NFL e pode sediar novos jogos

No próximo dia 5 de setembro, a Neo Química Arena, estádio do Corinthians, recebe o seu segundo jogo da liga regular de futebol americano dos Estados Unidos, a NFL. A partida entre Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs, no entanto, está longe de ser o ponto final da modalidade no Brasil. Na verdade, a […]







No próximo dia 5 de setembro, a Neo Química Arena, estádio do Corinthians, recebe o seu segundo jogo da liga regular de futebol americano dos Estados Unidos, a NFL. A partida entre Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs, no entanto, está longe de ser o ponto final da modalidade no Brasil.

Na verdade, a expectativa é de crescimento na aproximação. Parte estratégica do projeto de internacionalização da NFL para fora do seu principal mercado, o Brasil já conta com um escritório regional enquanto aguarda pela segunda partida da temporada regular com distância de apenas um ano.

“Dentro dessa expansão internacional, o Brasil tem um papel muito importante também. Seja pela população ou também pelas redes sociais”, disse o general manager da NFL no Brasil, Luis Martínez, ao programa InfoMoney Entrevista. “A dinâmica no Brasil é muito diferente dos Estados Unidos, da América Latina, da Europa, queremos muito engajamento com o conteúdo correto para as audiências corretas também”, conta.

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Esse movimento tem passado por estudos regionais para compreender melhor o mercado: estudos, parcerias e tom de voz para o público nacional são algumas das medidas para acostumar o brasileiro, apaixonado pelo futebol com os pés, se tornar um fã daquele com as mãos. “Agora a NFL Brasil está liderando as redes sociais internacionalmente, significa que em termos de engajamento, seguidores, já somos uma referência para a NFL Internacional”, conta Martínez.

Além do engajamento, as medidas passam também pela popularização da modalidade flag football, com menos contato físico, em parcerias com escolas, estruturação de ligas na região e clínicas de iniciação.

E, é claro, a expansão pode envolver mais jogos. Há meses, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que teria fechado a ida do jogo para a cidade em 2026. Embora a NFL não confirme a informação, diz estar aberta para novas possibilidades em outras regiões do Brasil.

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“Não temos nada concreto, agora temos em alguns meses um jogo a ser realizado.  Potencialmente poderia o Brasil ter mais jogos em mais estados? Sim”, disse Martínez. Segundo ele, além do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Florianópolis teriam capacidade de sediar uma partida.

Leia a entrevista editada do programa a seguir.

InfoMoney: Os jogos da NFL no Brasil não são os únicos fora do principal mercado da liga, os Estados Unidos. Qual é a estratégia global e que relação tem com essas partidas em outros países?

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Luis Martinez: Dentro das estratégias da NFL, ser uma Liga global é o mais importante. Internacionalização é a maneira como a NFL está planejando o crescimento dos próximos anos. Primeiro, porque é um jogo muito emocionante que queremos levar a todo mundo.  Segundo, porque fora dos Estados Unidos é como uma nova oportunidade para nós. 

Já temos times e estruturas locais, agora também analisamos novas oportunidades, não somente para jogos, mas também para ativações com fãs, para visitas de jogadores, líderes, mascotes, diferentes experiências para que todos os potenciais torcedores de todo o mundo possam também viver essa experiência.

Dentro dessa expansão internacional, o Brasil tem um papel muito importante também. Seja pela população ou também pelas redes sociais. A dinâmica no Brasil é muito diferente dos Estados Unidos, da América Latina, da Europa, queremos muito engajamento com o conteúdo correto para as audiências corretas também.

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IM: A NFL calcula que tem mais de 36 milhões de fãs no Brasil, o que faz de nós o terceiro país em que a liga tem mais fãs.  Mas é um país que tem uma cultura de torcida diferente com o futebol como esporte mais tradicional. A intenção da liga é atingir um público de massa?

LM: Essa é a intenção, mas primeiro vem a parte mais complicada quando chega a uma nova região: entender o mercado. Nós como NFL temos que conhecer perfeitamente os gostos da audiência, o que é bom para a marca e para o esporte. Colaborações, parcerias, tom de voz nas redes sociais e ativações.

Agora, a NFL Brasil está liderando as redes sociais internacionalmente, significa que em termos de engajamento, seguidores, já somos uma referência para a NFL Internacional. Por isso, estamos criando uma nova estrutura e vamos para o nosso segundo jogo no país com dois times muito relevantes. Será uma partida divisional com muitas implicações em oportunidades de capitalizar de maneira mais rápida e eficaz para nossos fãs locais.

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IM: Como o Brasil foi escolhido para receber jogos da NFL?

LM: Temos um time de operações muito grande e especializado para fazer as análises corretas. Estamos agora mesmo, avaliando muitas cidades, novos países e novos estádios. O mais importante é ter os parceiros corretos, não somente marcas ou companhias, mas também pessoas na gestão dos estádios, clubes, governo. Esse time avalia de tudo, desde gramado até túneis de acesso, rede hoteleira, segurança e opções de turismo.

IM: O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tem dito algumas vezes que o jogo do NFL pode acontecer no Rio de Janeiro. Isso realmente está nos planos e está em discussão com o poder público da cidade?

LM: Vamos continuar crescendo no Brasil. Significa muito mais que São Paulo e Rio de Janeiro. É um país gigante em dimensões. Seguimos nessa fase de entender as próximas oportunidades, mas eu estou aqui justamente para continuar desenvolvendo o Brasil.

Há uma grande vantagem contra outros países ou territórios, começando pela quantidade de estádios, não somente em São Paulo ou no Rio, mas em Minas Gerais, Brasília e Santa Catarina.  Então, sim, o planejamento é continuar nosso compromisso com o Brasil.

Não temos nada concreto, agora temos em alguns meses um jogo a ser realizado.  Potencialmente poderia o Brasil ter mais jogos em mais estados? Sim.

IM: Essa ideia de expansão envolveria vários jogos na mesma temporada, em diferentes praças, ou São Paulo daria espaço para uma nova?

LM: Não sabemos. O compromisso da Liga é continuar esta expansão com mais jogos internacionais, temos uma capacidade para oito jogos internacionais e nem todas estão preenchidas.

IM: A NFL também tem planos para o flag football aqui no Brasil.  O que você pode contar sobre isso?

LM: Antes de começar com o Brasil, assim como expansão internacional é uma das grandes prioridades para a liga, flag football é outra.  Primeiro porque é uma modalidade que será olímpica, começando com Los Angeles em 2026, então estamos neste caminho lá para gerar muito mais conhecimento e uma base de torcedores maior. Não somente seguidores, também jogadores do flag que representem não apenas a NFL, mas que também representam o Brasil, o México.

E isso é um compromisso para mim, eu amo flag. Por não ter contato, temos a oportunidade de meninas e meninos jogando juntos, ao mesmo tempo. Como parte das regras, tem que ter ao menos uma menina. É muito importante para as crianças, para os pais, para os responsáveis da liga.

Há também valores positivos como aprender a perder e trabalho em equipe. É um processo que vai crescendo, focado em crianças. Temos um programa nas escolas começando em São Paulo. Nós queremos, a longo prazo, que isso seja parte do programa oficial de escolas privadas e públicas.

IM: E há um investimento em infraestrutura da NFL, considerando que a estrutura de muitas escolas é para modalidades de quadra?

LM: Não é um investimento como um infraestrutura, é mais um investimento em kits.  Cada kit tem que ter bolas, tem que ter as bandeiras, tem que ter cones. Mas para que tudo funcione, primeiro temos que capacitar os professores, convencê-los desde o princípio.  Não é familiar, então estamos em uma etapa de awareness. Trazer capacitação básica.

Além de programas nas escolas, podemos também ter clínicas com crianças das favelas, fundações, diferentes organizações. Já no ano passado foram dois torneios nacionais, o Sub-14 e o Sub-12, que representaram no Pro Bowl o Brasil contra o México, a China, o Japão, a Alemanha.

Então, como prioridade para o flag temos o programa de escolas, as ligas com torneios regionais, estaduais e nacionais e internacionais, mas temos também clínicas e práticas que são mais lideradas talvez por federações ou mesmo pelos clubes da NFL.



Fonte: Infomoney.com

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