SÃO PAULO (Reuters) – A atividade econômica brasileira voltou a crescer em agosto após três meses seguidos de queda, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira, mas em um ritmo mais fraco do que o esperado em um ambiente de juros restritivos e incertezas com a política tarifária dos Estados Unidos.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve em agosto avanço de 0,4% em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado informado pelo BC.
O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,6%, depois de recuo de 0,52% em julho em dado ligeiramente revisado pelo BC de retração de 0,50% informada antes.
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Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,1%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou um ganho de 3,2%, de acordo com números não dessazonalizados.
Em agosto, a abertura dos dados do BC mostrou que houve crescimento de 0,8% no IBC-Br de indústria, com alta de 0,2% no índice de serviços.
Por outro lado, o IBC-Br de Agropecuária apresentou queda de 1,9%. Sem contar esse setor, o índice teve avanço de 0,4%.
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O mês de agosto foi marcado pela entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo carne, café, frutas e calçados. Ainda assim, os resultados econômicos divulgados pelo IBGE sobre o mês de agosto foram positivos.
A produção industrial brasileira cresceu mais do que o esperado em agosto, a uma taxa de 0,8% sobre julho, enquanto o volume do setor de serviços aumentou 0,1% e marcou o sétimo mês seguido de avanço. Já as vendas no varejo tiveram alta de 0,2% e interromperam série de quatro meses de perdas.
Foram citados, no entanto, os efeitos da política monetária restritiva. Em sua última reunião de política monetária, no mês passado, o BC decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, e na ata do encontro explicou que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.
A pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou na segunda-feira que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,16%, indo a 1,80% em 2026.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Fonte: Infomoney.com