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Setor de suco de laranja estima prejuízo de R$ 1,54 bi com tarifaço

Mesmo fora da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, o setor exportador de suco de laranja do Brasil pode registrar perdas imediatas de R$ 1,54 bilhão com o tarifaço de Trump. A estimativa foi divulgada pela CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) nesta terça-feira (12). Em julho, o presidente dos EUA assinou […]

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Cerca de 58% do consumo de suco no país norte-americano é composto por esse subproduto  • REUTERS


Mesmo fora da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, o setor exportador de suco de laranja do Brasil pode registrar perdas imediatas de R$ 1,54 bilhão com o tarifaço de Trump. A estimativa foi divulgada pela CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) nesta terça-feira (12).

Em julho, o presidente dos EUA assinou um decreto que oficializa as tarifas de 50% aos produtos brasileiros e trouxe uma lista de exceções às taxas, como suco de laranja, aviões e petróleo. Ao todo, cerca de 700 categorias não serão atingidas pelo tarifaço.

O prejuízo apontado pela CitrusBR decorre da inviabilidade econômica das exportações de subprodutos do setor, que ficaram de fora da lista de exceções.

Segundo a associação, esse segmento aportou US$ 177,8 milhões na safra anterior — equivalentes a R$ 973,6 milhões.

O valor estimado de perda considera o impacto da tarifa base de 10% — piso reservado para países com os quais os EUA mantêm superávit comercial, ou seja, vendem mais do que compram da nação — sobre o suco de laranja, projetado em US$ 103,6 milhões (R$ 566,7 milhões).

A CitrusBR explica que os subprodutos da cadeia citrícola são amplamente utilizados tanto pela indústria de bebidas quanto pela de cosméticos nos Estados Unidos, a exemplo do suco reconstituído.

Cerca de 58% do consumo de suco no país norte-americano é composto por esse subproduto. Após a importação, esse suco recebe água até atingir sua diluição natural.

“Muitos desses produtos dependem de ingredientes como células cítricas (os gominhos da laranja) e óleos essenciais responsáveis pelo aroma, e esses insumos estão sobretaxados em 50%, o que inviabiliza a operação”, afirma o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

Netto diz que esse cenário pode até mesmo ter um efeito negativo no consumidor e prejudicar as empresas americanas — impactando, por consequência, toda a cadeia brasileira, que ainda enfrenta um contexto de mercado desafiador.

Além do impacto tarifário, o setor enfrenta uma forte retração nos preços internacionais como consequência do aumento de 36% na oferta de frutas em relação à safra anterior, segundo dados do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) — associação privada mantida por citricultores e indústrias de suco do estado de São Paulo.

O valor da tonelada exportada para os Estados Unidos caiu de US$ 4.243 da safra passada para US$ 3.387 no início de agosto.

Essa desvalorização de mais de 20% pode impactar o setor em mais US$ 261,8 milhões (ou R$ 1,43 bilhão), de acordo com a CitrusBR.



Fonte: CNN

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