A histórica paralisação do governo deixou os americanos mais pessimistas em relação às perspectivas econômicas. É o que mostra a última pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que registrou queda do índice para 50,3 neste mês, ante 53,6 em outubro.
Este é o menor nível desde junho de 2022, que marcou a leitura mais baixa já registrada desde o início da pesquisa na década de 1950.
“Com a paralisação do governo federal se arrastando por mais de um mês, os consumidores agora expressam preocupações sobre possíveis consequências negativas para a economia”, afirmou Joanne Hsu, diretora de pesquisas do consumidor da Universidade de Michigan, em comunicado.
A queda deste mês representa um declínio de 6,2% em relação a outubro e uma redução de 29,9% em comparação com novembro do ano passado. Enquanto isso, economistas consultados pela FactSet esperavam uma leve melhora neste mês.
“O índice certamente indica que a economia está prestes a despencar do precipício”, disse Chris Rupkey, economista-chefe da FwdBonds, em um comentário divulgado na sexta-feira.
O aumento do pessimismo foi “generalizado” entre diferentes faixas etárias, níveis de renda e afiliações políticas, observou Hsu. A única exceção notável foram os consumidores com investimentos significativos no mercado de ações, que relataram uma melhora de 11% no sentimento, já que o mercado de ações permanece próximo de máximas históricas.
Esse grupo de consumidores é crucial porque exerce “a maior influência sobre os dados agregados de gastos do consumidor, portanto, a continuidade da força desse grupo é importante para a resiliência da economia como um todo”, disse Thomas Simmons, economista-chefe para os EUA da Jefferies, em nota aos clientes na sexta-feira.
“No entanto, o terço intermediário também é importante, e o declínio em seu otimismo parece estar se intensificando. Se esse grupo não conseguir manter o ritmo de gastos, os números de crescimento da receita bruta podem finalmente romper com a tendência de alta”, afirmou.
Fonte: CNN